quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Cinderela, uma história verídica

Vou contar brevemente a história da Cinderela.
Cinderela era uma moça muito bonita que vivia com sua madrasta e duas irmãs. Após a morte de seu pai, era obrigada pela madrasta a fazer todos os deveres que uma serva faria como: passar roupas, limpar o chão, lavar a louça etc. Passava por humilhações e maltratos.
Ela tinha alguns amigos da floresta, pois por ser tão aprisionada pela madrasta mal conseguia conhecer pessoas.
Um dia o Rei decidiu dar uma festa para que o príncipe pudesse encontrar alguém que se casasse com ele. Porém a madrasta como sempre boicotava a felicidade da Cinderela sabia que ela era a menina mais bonita, especial e com mais possibilidades de conquistar o princípe. Então disse que ela não poderia ir a festa pois não tinha um vestido para ocasião.
Porém ela não desistiu nem desanimou e costurou um vestido junto com a ajuda de seus amigos. No dia da festa a madrasta e suas filhas rasgaram o vestido e a trancaram no quarto. Foi quando apareceu uma fada madrinha e lhe deu um vestido lindo.
Com isso foi a festa e conheceu o principe. O Final da história todo mundo sabe... O príncipe a achou pelo sapatinho de cristal e viveram felizes para sempre.
Fazendo um paralelo com o complexo de édipo onde a criança com desejo de ser amada pelo sexo oposto acaba rivalizando com o pai do mesmo sexo, muitas vezes nessa tríade de disputa acaba que por exemplo a mãe rivalizando com a filha e tratando ela como na história da cinderela.
Cinderela além de ter que lidar com a fato de ter perdido o pai, ainda tinha que se submeter aos maltratos da madrastra, pois não tinha outra pessoa e nem amizades, somente com os animais da floresta.
Ela passou maior parte de sua vida sem ver pessoas e infeliz por não ter ninguém que a reconhecesse e a amasse de verdade. A madrasta mesmo percebendo fazer coisas más para Cinderela não percebe essa rivalidade que sempre existiu, porém após a ausência do pai se intensificou.
Mas mesmo com as adversidades e sentindo que no fundo não merecia ser amada por ninguém, ela buscou força dentro dela para uma vida diferente de recuperação de tudo que ela passou.
Com todas as coisas colaborando para que ela desistisse, ela não desistiu de ter uma vida melhor e conseguiu alcançar a felicidade.
Ela encontrou o princípe, alguém que reconheceu o potencial que ela tinha e a beleza tanto externa como interna. Esse amor representou a cura para todas as feridas abertas ao longo de sua vida. Porque o amor não é um remédio, quando verdadeiro ele é a cura. O amor não serve somente para ser um sintomático mas promove a cura.
Ser feliz para sempre não significa, não ter mais momentos de sofrimento. Muito pelo contrário, a tranformação vem através do sofrimento e o processo de cura é doloroso. Mas é muito melhor passar pela dor e ter vitórias do que passar pela dor sendo uma pessoa fracassada.
Vamos passar por sofrimento até morrer, mas é melhor sofrer por uma vitória do que ter uma vida medíocre encenando um teatro. Ser feliz para sempre é ter a possibilidade de deixar o passado e modificar o futuro.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Avaiana de Pau

Porque punimos tanto?

A punição é uma forma de coerção, que significa ser obrigado a fazer algo contra a nossa vontade. Somos coagidos em todas as áreas da nossa vida, na escola, trabalho, família, governo etc. Punimos para suprimir um comportamento indesejado e obter um efeito imediato.
Nosso comportamento é controlado pelas consequências, sejam elas coercitivas ou não coercitivas. Elas podem ser reforçadoras (reforços que aumentam a probabilidade de um comportamento voltar a ocorrer) ou punidoras (a punição diminue a probabilidade de um comportamento voltar a ocorrer). Reforçamento negativo e punição são coercitivos e reforçamento positivo não é.
Os tipos de reforçamento são:
  • Reforçamento positivo que aumenta a probabilidade de um comportamento voltar a ocorrer pela presença de uma recompensa (Por exemplo: O filho recebe o elogio do pai após fazer uma lição de casa caprichada).
  • Reforço negativo que também aumenta a probabilidade de um comportamento pela a ausência de um estímulo aversivo ou que cause desprazer. (Por exemplo: Um adulto com dor de cabeça toma um remédio que alivia sua dor).

Existem também dois tipos de punição:

  • Punição postiva é quando se apresenta um estímulo aversivo (ex:dar uma surra na criança)
  • Punição negativa é retirada de um estimulo recompensador (proibir a criança de brincar com seu brinquedo preferido). Com a punição o sujeito até poderá deixar de apresentar o comportamento indesejado porém ela funciona temporariamente.

Logo o individuo aprende:

  • A suportar a punição para obter uma gratificação (ex: Filho aprende que se comportar mau ele pode ter a atenção dos pais ou que se ele se comportar mau pode até levar uma surra, mas depois com a culpa dos pais ele pode receber carinho e presentes)
  • Que pode evitar ou fugir de situações coercitivas (exemplo de fuga: Criança aprende que se sair correndo pode escapar de uma surra e esquiva: criança esconde o mau comportamento para não ser punida).

Ninguém gosta de punir ou ser punido, mas isso ja está tão incutido na nossa sociedade que as pessoas não sabem como ser ou fazer de outra forma.

A punição causa efeitos colaterais como criar resistência a ela , aprender a burlar, suprimir mais comportamentos além do indesejado e no final das contas ela não ensina o que se deve fazer, ensina apenas o que não se deve fazer. A punição é ineficaz, causa muita dor e sofrimento. Quem é muito punido acaba desenvolvendo condutas patológicas como problema de auto imagem e a imagem que ela vai ter de outras pessoas. A criança acaba achando que tudo que ela faz é errado, que não tem talento, que não tem qualidades, que ela é burra, que as pessoas são ameçadoras etc.
Punir inibe a inovação. Quem erra e é punido não vai querer tentar de novo. A Tensão não propicia a criatividade por isso ninguém vai querer tentar mudar sobre pressão ou coerção. O que deve ser feito então é aprender com o erro. Devemos mostrar o comportamento esperado (reforçamento positivo) ao invés de mostrar o erro.
Conhecer que somos coagidos e quais as consequências disso nos dá uma nova consciência para agirmos. O conhecimento nos da a liberdade para modificar essas consequências de maneira que possa trazer mais benefícios do que maleficios. Em outras palavras “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Illusions

A ilusão é uma confusão dos nossos sentidos que provoca uma distorção da percepção da realidade. Das ilusões dos nosso sentidos, a mais conhecida é a visual (ilusão de ótica).Essa é uma explicação muito simplória do que significa ilusão, pois na prática ela acontece de maneira mais complexa do que isso.
Gostaria porém de me focar no sentido de iludir que de acordo com o dicionário significa: causar ilusão (o mágico ilude os espectadores); enganar, burlar; forçar-se a acreditar em algo que se sabe não ser assim; ser vítima de ilusão.
Faz parte da vida se iludir pois tira o peso da realidade, nos faz sonhar, esquecer dos problemas. Porém a partir de quando isso não é saudável?
A partir do ponto que nos tira da realidade e nos faz viver uma vida de faz de conta, a qual acreditamos ser tão maravilhosa que mal percebemos os problemas. Nos iludindo tanto, estamos enganando as pessoas e nós mesmos. Quando chega no ponto de não conseguir perceber a realidade já é o começo de uma doença. Até mesmo quando temos uma ilusão de ótica percebemos que o que vimos não era bem o que pensavamos.
Viver iludido inventando nomes para deixar os problemas mais bonitos ou simplesmente querendo não olhar para a própria realidade significa não querer enfrentar a vida e seus problemas. Fugir, esconder, omitir não traz um alívio para o problema que, na verdade, continua firme e forte no mesmo lugar. Então é preferível enfrentar as dificuldades de um problema do que aguentar uma vida medíocre de fuga e cheia de frustração. Para mim a resposta está numa frase bem conhecida: “É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.”
A consciencia sobre a ilusão só ocorre com a desilusão. Por mais doloroso que possa ser vivenciar a desilusão, o processo de nos iludirmos é parte da construção de nossa capacidade de suportar perdas e criar mecanismos que nos sustentem para enfrentá-las. Não podemos evitar de nos iludir porque isso faz parte do nosso instinto de sobrevivência.
Então aprender com a desilusão é a melhor coisa que devemos fazer. Nessas horas passamos a ver que a vida não é feita somente de coisas boas porém tomando essa consciência não adiantaria dizer aos outros: "Viva uma vida com a consciência de que coisas ruins podem acontecer", porque ninguém que esta na fase de ilusão consegue atingir essa consciência.
Porém quando coisas ruins acontecem é que vemos a nossa força. Toda a desilusão que passamos nos ensina a sermos mais fortes, viver sabendo da verdade, abandonando a ingenuidade, fantasias e expectativas inviáveis, vendo que tudo que passamos serve para nosso crescimento e amadurecimento. Viver na fantasia é apenas um passo para loucura.